domingo, 10 de agosto de 2008

O RETORNO DO SALMÃO

Agora, que nossa desabalada corrida em busca de valores fúteis nos tem levado à negação de tudo que é importante. E que nossas vozes mais sábias se calaram, ou foram caladas... Agora, seu silêncio é ensurdecedor. É reconfortante saber que estou retornando a ti. Tua mão me embala, teu sussurro me acalma. Dizes, e agora estou pronto a aceitar, que o mais importante é o amor. Não o amor de dois copos, este cujo aroma lembra somente atração, desejo, mas aquele sem fronteiras, sem contato.

Machucaram-me, sabes? Ferir-me-iam muito mais se teu exemplo não me tivesse acompanhado cada passo, identificando as armadilhas. Mas agora que a antiga magia uma vez mais está entre nós, canta-me a velha canção ao ouvido. A canção de cura. Uma canção que cure o corpo e liberte a alma, que diga como é bom se estar tornando ao lar. Agora, que tua presença é forte em mim, tudo sei, nada me é oculto. Uma infinidade de coisas novas se desenrola a meus olhos, tudo se renova.

Agora que nada quero, ironicamente tudo tenho. Minha alma toca o absoluto e entra em combustão no processo, como estrela cadente, queimando na entrada da atmosfera, como orvalho depositado no oculto da relva. Silenciosamente sorrio e comungo contigo. Silenciosamente as questões se fecham e se resolvem. Agora que somos um novamente, descubro que nunca nos afastamos.

Tua luz brilha em meus olhos... quase me cega, mas ainda assim, eu corro com o vento às costas. Sou eu que te chamo agora.

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