domingo, 10 de agosto de 2008

A LOIRA ARQUETÍPICA

ou Paralelo 23

(apud Henry Miller)

Deus salve as loiras. As loiras terroristas, fascistas, fatais. As loiras que não negociam termos, não dão quartel nem aceitam nada que não a rendição incondicional. As loiras que combatem até a exaustão, e que não fazem prisioneiros. As mesmas loiras que enlevadas, encharcadas, gemem versos, gritam obscenidades ou arrancam-nos o couro das costas...

E as loiras transcendentais? Belas loiras bem maiores que a vida, com uma legião de súcubos a ferroar-lhes as entranhas, a inocular-lhes o veneno da perversão, com o fogo do inferno a queimar em sua boceta. Estas... Ah, estas, mon cher... Quando dormem, dormem como anjos, dormem como lobas em meio aos restos de suas presas. Dormem o sono dos justos.

Mas as grandes loiras que povoam nossa imaginação. Que têm um verme em brasa contorcendo-se no cu, as loiras imemoriais que, imensas, aconchegantes e fortes, ofertam-se, espalham-se de quatro e uivam à lua ao primeiro contato em suas partes, sugam-nos até à última gota, mastigam-nos até à última fibra. Estas loiras voluptuosas, tesudas, devassas, loiras malditas, maravilhosas, abençoadas. Estas loiras mitológicas, mon ami, devem estar extintas ou muito bem guardadas em algum harém pois (desgraçados de nós!) nunca mais as vimos nem delas ouvimos falar. Que saudades!!!

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